O Brasil pode aumentar o leque de produto que exporta para a China. Nesta terça-feira (01), uma comitiva da Região Autônoma Ningxia Hui esteve em Brasília para tratar sobre a possibilidade de importar gado vivo dos produtores brasileiros. A delegação foi recebida no Congresso Nacional pelos presidentes dos Grupos Parlamentares Brasil-China da Câmara e do Senado, deputado federal Herculano Passos (PSD-SP) e senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA).
Os chineses foram recepcionados também pelo presidente de Hora do Grupo Brasil-China da Câmara, deputado federal William Woo. Nos próximos dias eles visitarão mais países da América do Sul, de olho na atração de novos investimentos e negócios promissores para o setor da agropecuária.
“O objetivo do Grupo Parlamentar é estreitar os laços comerciais, econômicos, políticos e culturais entre os dois países. Mas as nossas relações comerciais são, notadamente, as mais importantes, tanto é que a China é nosso maior parceiro comercial no mundo. E o que queremos agora é ampliar os negócios exportando boi vivo para lá”, explicou o deputado Herculano Passos.
Recentemente, ações coordenadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) possibilitaram que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos reconhecesse o status sanitário do rebanho bovino brasileiro como livre de febre aftosa sem vacinação, o que permitirá a importação de carne in natura do Brasil. “Assim como foi feito com o mercado americano, entendo que seria interessante para a economia brasileira a exportação do boi vivo para a China. Existem empresários chineses interessados em comprar nosso gado para abate, reprodução e produção leiteira”, comentou o senador.
Ano passado, a exportação brasileira de produtos do reino animal para o mercado chinês rendeu US$1,1 bilhão. Apesar de crescente demanda por carne, limitações de área para pastagem, de acesso à água e à ração impedem que o rebanho da China cresça. “Atualmente, há inúmeros confinamentos e frigoríficos vazios no país”, disse o diretor do Departamento de Agricultura e Pecuária de Ningxia, Luo Xiaoyu. Além de exportar carne do Uruguai, a China tem como principal fornecedor a Austrália, com vendas projetadas em U$$ 1,5 bilhão anuais para a próxima década.
O deputado federal William Woo, também defendeu a abertura de mercado para a exportação do boi vivo para o país asiático. “Os chineses estão bastante interessados na exportação do gado vivo e consequentemente também na produção de leite. A possibilidade de exportar gado vivo do Brasil para China proporciona grande expectativa para o setor agropecuário brasileiro”, disse William.
Os parlamentares brasileiros se comprometeram em não medir esforços junto aos órgãos competentes no Brasil, para que sejam viabilizadas, o mais rápido possível, todas as formas de negociações junto ao Ministério da Agricultura, para que a exportação do gado vivo seja formalizada.
