O deputado federal Herculano Passos participou nesta terça-feira, 28, de reunião da Comissão de Reforma Política, que teve o vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB, Michel Temer, como convidado.
No debate, Temer defendeu a redução do número de partidos e o sistema majoritário para a eleição de deputados. Por esse sistema, seriam eleitos os mais votados em cada estado, sem levar em conta os votos no partido. O deputado Herculano Passos também acredita que esta seja a melhor proposta. “A população não entende porque um candidato com poucos votos foi eleito e outro com muito mais votos não foi e eu também não estou de acordo com isso. Deve ser eleito quem for mais votado, por isso também defendo o Distritão”, declarou o parlamentar.
Michel Temer salientou que, se for adotado o voto majoritário, não haverá mais coligações de legendas para as eleições para deputado, o que ajudará a reduzir o número de partidos. Segundo ele, os partidos perderam, ao longo do tempo, sua identidade programática, que hoje é muito parecida entre as 32 legendas registradas no Brasil. Porém, para o vice-presidente, é necessário verificar qual sistema eleitoral tem mais apoio na Câmara. “Se os partidos não se entenderem em torno de um modelo, não conseguiremos os 308 votos necessários para essa reformulação política”, avaliou.
Para o vice-presidente da república, os termos da reforma têm de ser dados pelo Congresso Nacional, sem que prevaleça a reforma ideal para este ou aquele partido. Na sua visão, o Legislativo deve eleger três ou quatro temas prioritários para conseguir aprovar uma reforma possível, ainda que seja necessário juntar teses de diferentes partidos, formulando sistemas mistos.
Sobre a unificação das eleições gerais e municipais, Michel Temer disse que ainda não tem opinião definida, já o deputado Herculano Passos é favorável à data única. “Se você tem uma eleição de cinco em cinco anos, o custo é muito menor do que de dois em dois, porque existe muita gente que trabalha nisso e o governo desembolsa grandes quantias em dinheiro para tornar o processo eleitoral possível”, explicou.