Unido a diversos deputados, principalmente os ligados ao movimento cristão, o deputado federal Herculano Passos (PSD-SP), protestou nesta quarta-feira, no Plenário da Câmara Federal, contra a utilização de símbolos religiosos cristãos na Parada do Orgulho LGBT, que ocorreu no último fim de semana, em São Paulo. No desfile, uma transexual seminua desfilou pregada a uma cruz, simulando a crucificação de Cristo.
A manifestação começou quando o líder do PSD na Câmara, Rogério Rosso (DF), falava sobre Projeto de Lei apresentado por ele para transformar em crime hediondo a prática de ultraje a culto religioso. Em apoio ao parlamentar, vários deputados entraram no plenário empunhando cartazes e gritando a palavra “respeito”. Depois rezaram a oração do Pai Nosso no Plenário.
Católico, o deputado Herculano fez coro com os demais parlamentares. “Repudio essas ações de algumas pessoas que participaram da Parada Gay e se manifestaram de uma forma ofensiva à religião cristã. Uma pessoa sendo crucificada como se fosse Jesus Cristo em meio a um movimento gay. Eu acho que este ato chegou num limite de as pessoas poderem aceitar estas manifestações. Por isso me manifestei junto com os demais parlamentares, e estou muito convicto em assumir este posicionamento repudiando essa manifestação desta forma”.
Sobre o projeto do deputado Rogério Rosso, que chama de “Cristofobia” as manifestações de grupos LGBTs que se utilizem de símbolos religiosos, Herculano Passos disse que vai apoiar intensamente. “Isso ofende não só os cristãos, mas qualquer outra religião. Jesus Cristo veio aqui e pregou a paz e é o que nós queremos, mas este grupo ultrapassou o aceitável em uma manifestação”.
O projeto aumenta a pena de ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo para quatro a oito anos de prisão, além de multa. Atualmente, o Código Penal prevê um mês a um ano de detenção, além de multa. Se o crime for classificado como hediondo, o autor não poderá ser liberado mediante fiança.
Herculano Passos criticou ainda o fato de a parada gay ter recebido recursos públicos federais e da prefeitura de São Paulo. Conforme ele, trata-se de dinheiro público patrocinando a intolerância.